Olá, como vai? Bom, Já que vou inaugurar a sessão de álbuns gostaria de explicá-la um pouco: sou um adepto da idéia de que quanto mais informação simultânea se tem, menor a chance de se absorver algo, a não ser que você seja bem metódico(a) e tenha o hábito de organizar bem as idéias antes de mergulhar em algo. Por isso esta sessão será semanal. Você pode fazer o exercício de passar essa semana inteira digerindo aos poucos o álbum, buscando informações extras a respeito e ouvindo com atenção, identificando o que pesquisou e descobrindo novos elementos por conta própria. Por experiência própria acho que baixar dezenas de álbuns ao mesmo tempo e colocá-los numa lista de execução enquanto baixa mais outros tantos só faz com que você passe voando por uma paisagem que merecia ser apreciada bem devagar e, na maioria das vezes desperdice definitivamente a chance de conhecer esse pequeno universo que é uma obra musical. Fica aí a dica.


Vamos começar em grande estilo: o primeiro álbum do blog é o famosíssimo Complete Recordings, da lenda ROBERT JOHNSON. Cheguei a ele através do álbum Sessions for Robert J., do Eric Clapton e fiquei curioso para conhecer a versão original de Sweet Home Chicago, tão bem-executada naquele disco. Depois descobri que centenas de blueseiros beberam dessa fonte, fazendo versões mais tradicionais ou mesmo alterando a letra, deixando-a mais ao seu próprio estilo. Um dos meus favoritos é o Buddy Guy.
Robert Johnson é uma das figuras mais enigmáticas da história do blues. Talvez tenha sido o primeiro dos superstars que morreram aos 27 anos. Falam dos três "J"(Jim Morrisson, Jimi Hendrix e Janis Joplin), alguns acrescentam Brian Jones, dos Rolling Stones e eu acrescento Robert J. Morreu de pneumonia, após ser envenenado pelo marido de uma possível amante. Costumava andar com dois lendários bluesmen: Sonny Boy Williamson e Willie Brown, que aparece na letra de Crossroad Blues. Era encarado pelos dois como um jovem aprendiz, até aparecer de repente tocando monstruosamente, o que reforçou a lenda em que vendeu sua alma ao demônio em troca do dom para o blues. O próprio RJ alimenta essa história em canções como a já citada e Me and the Devil Blues.
Robert Johnson gravou de 23 de novembro de 1936 a 20 de junho de 1937 e o disco mais bem-aceito foi o de Terraplane Blues, uma canção sobre o Terraplane, automóvel classe média da época, usando trocadilhos sexuais. O álbum Complete Recordings reúne todas as 29 canções do mestre do Delta Blues, incluindo alguns takes alternativos, o que nos leva a uma interessante experiência ao compará-los. é como se pudéssemos assistir de camarote as gravações. O disco levou o poor Bob a um disco de ouro e um Grammy meio século depois de morto. Confira esta pérola nos dois links abaixo:


***
Caso os links não funcionem, deixe um comentário no post. Dentro de 48h estarão disponíveis novamente.