Miles Davis - Kind of Blue(EUA, 1959)
Salve! Mais uma vez com um dia de atraso, mas cá estamos. Ontem postamos uma pequena homenagem aos 84 anos(se estivesse vivo) do grande mestre do jazz Miles Davis. Nada mais justo que trazer seu grande sucesso para o ALBUM DA SEMANA. Pois bem, Esta será uma semana mais que especial: você a passará ouvindo aquele que é considerado a bíblia do jazz, Kind of Blue!
Davis é um daqueles artistas que quem conhece pessoalmente pode amá-lo ou detestá-lo. Seu temperamento pouco simpático e, não raro, desinteressado o marcou por toda a vida, inclusive sendo reconhecível no seu jeito de tocar. Muito tempo depois do lançamento deste disco o próprio Miles Davis o desprezava alegando que aquele sentimento do disco apenas fazia parte do seu passado. O fato é que o disco, queiram ou não, foi um divisor de águas entre o jazz clássico e o moderno. Seu minimalismo desconcertou muita gente, dividindo opiniões e, claro, gerando inúmeras discussões teóricas sobre ser ou não um um grande trabalho. Com um elenco de estrelas, Davis mostrou a muitos a força de um novo conceito de jazz, o jazz modal.
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Temos como acompanhantes do mestre, artistas que mais tarde descobririam ter perfil de líder, como o grande John Coltrane no sax tenor, Cannonball Adderley no sax alto e o jovem e introspectivo Bill Evans ao piano. Ainda temos Wynton Kelly ao piano em Freddie Freeloader, Jimmy Cobb na bateria e Paul Chambers no contrabaixo.
Se Você gosta de Kind of Blue, vire a capa e veja quem toca nele. Se você gosta especialmente do piano, vá comprar um disco de Bill Evans ou de Wynton Kelly. Se você gosta do sax alto, compre um disco de Cannonball Adderley. Esse disco não fica nem a seis graus de separação de qualquer outro grande disco de jazz - talvez sejam dois. (Ben Sidran)
O estilo de compor de Miles Davis foi no mínimo intrigante neste disco: parecia não haver um roteiro ou qualquer coisa parecida. Simplesmente algumas informações básicas eram passadas aos músicos e cada um que se virasse. O disco inteiro foi gravado em apenas duas sessões. Davis também não se preocupava em nomear suas faixas. Isto teve de ser pensado depois de tudo pronto para o disco ser lançado. A primeira faixa traduz perfeitamente o temperamento do mestre: So What(E daí?) era expressão corriqueira usada pelo trompetista para desconcertar pessoas. Freddie Freeloader (Freddie, o parasita) é uma referência a um mendigo conhecido por todos os que frequentavam os clubes e bares onde se ouvia jazz. Ter seu nome no disco de Davis foi o êxtase da vida do rapaz.
Não era só um tema que se destacava, mas o disco inteiro. Quando novos estilos de jazz surgem, as primeiras tentativas costumam ser meio vacilantes. Os primeiros discos de Charlie Parker foram assim. Mas em Kind of Blue, todos(do sexteto) soam como se estivessem completamente tomados pela coisa. (Gary Burton)
Vamos ao que interessa então. O álbum conta com o seguinte setlist:
1 - So What
2 - Freddie Freeloader
3 - Blue in Green
4 - All Blues
5 - Flamenco Sketches
6 - Flamenco Sketches(take alternativo, presente apenas na versão em CD)
Esta será a nossa viagem musical por esta semana. Caso queira saber mais sobre o álbum, aguarde ainda hoje o post sobre o livro Kind of Blue - A Obra Prima de Miles Davis, na seção RECOMENDAMOS: LIVROS. Não esqueça do nosso trato: resista à tentação de baixar dezenas de discos sendo que não dará a merecida atenção a todos. É muito mais interessante mergulhar de cabeça em um por vez. Queremos sua opinião sobre o post e o disco, deixe um comentário. Até a próxima!
I. Malforea
Clique no link abaixo para baixar o album:
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