Blues do Covarde é uma canção que levou anos pra ficar pronta: Há uns 8 anos, quando eu ainda estava na Universidade, surgiu a parte que fala do cavaleiro que não sabe duelar. Obviamente eu estava numa aula de História Medieval. Anotei no caderno e fiquei com a melodia na cabeça. Nunca conseguia pensar em mais nada para completar a música. Até que alguns meses atrás deu um estalo: escrevi sem hesitar todo o restante da letra. A idéia sempre foi falar sobre o tipo de gente que mais abomino do ponto de vista deles mesmos. Como se estivessem se justificando por seus atos. Nada planejado inicialmente, apenas surgiu o pequeno trecho em minha cabeça e o resto foi no mesmo feeling. Acho que o resultado saiu legal, consegui passar o que queria sem excessos. O tema inicial da música, com os metais também surgiu por acaso: Já tinha a melodia da música e sua estrutura prontas, mas faltava uma introdução forte. Peguei o violão e fiquei um tempo tocando e gravando no celular, pra o caso de aparecer uma boa idéia. Chegou a hora do almoço e não tinha saido nada realmente legal, até que, numa última tentativa fiz o tema inicial, sem pensar muito no que fazia. Achei meio clichê, mas serviu, afinal, eu queria alguma coisa para mostrar a música a Rômulo. Sempre que crio alguma coisa gravo e mando para algum instrumentista que possa me ajudar a passar pro resto da banda. Aconteceu o mesmo com Luar do Pontal. Mandei a gravação para Rômulo e marcamos um dia pra tentarmos tocar pela primeira vez. Essa ocasião foi documentada no vídeo abaixo:

Sim, este é o vídeo da primeira vez que a música foi tocada e cantada, daí ela estar meio dura. Este foi o começo de um longo processo até o MP3 que você pode baixar aqui no site. Tenho orgulho de ter composto essa música, porque consegui expressar o que queria.


Primeiro esboço de Blues do Covarde


I. Malforea
BLUES DO COVARDE
I. Malforea

Vou contar a minha história
Pra ver você chorar
Me chamam de covarde
Mas vou me justificar
É que eu não posso
Eu não consigo
Sair desse caminho tão errado,
Me livrar desse conflito

Sou tão fraco, imagine
Que detesto a fraqueza
Por isso eu não resisto:
Piso em quem é indefeso
Então eu canto meu blues
Pra me justificar
Eu sei que ser assim é complicado
Mas nunca tentei mudar

Na batalha que é a minha vida
Só pra metaforizar
Eu sou o cavaleiro que não sabe duelar
Por isso eu canto este blues
Pra me justificar
Eu sei que ser assim é complicado
Mas não consigo mudar

Se a estrada é muito longa
Eu não quero me cansar
Então subo nas costas
Daquele que quer andar
Enquanto canto meu blues
Que é pra me inocentar
Não ligo se só convenço a mim mesmo
O importante é ganhar

Essa então é a minha história
Foi difícil de contar
É que eu nunca penso nisso
Mas o problema está lá
Então eu canto meu blues
Pra me justificar
A poeira está debaixo do tapete
E é melhor que fique lá

Mas o que eu quero
Só o que eu quero
É chegar lá

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Ficha técnica da gravação:

Vozes: I. Malforea
Guitarras / violão: Rômulo Fonseca
Baixo: Junnior Damaceno
Bateria: Diego Oliveira
Sax(solo): Horton Macêdo
Trompete: Daniel Novaes
Trombone: Paulinho
Sax: Chico Novais
Gravado em novembro e dezembro de 2010 no estúdio Casa do Canto.

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