“Era uma vez, um bluesman das antigas, admirado e considerado o maior compositor de sua região. Certo dia, mandou formatar seu notebook e, por segurança, passou todas as suas composições para um velho pendrive, que herdou de seu avô. Letras, partituras, esboços e gravações, Tudo foi para o pendrive. Outra vez, numa noite como esta, conheceu uma linda girl por quem se apaixonou à primeira vista. Conversaram muito, foram pra sua casa e, além de outras coisas, passaram a noite ouvindo suas músicas.
No dia seguinte, para seu espanto, não encontrou mais a garota em sua casa. Procurou por todos os cantos e até pensou que tudo aquilo fora apenas um sonho. Nem mesmo um bilhetinho azul com alguma desculpa encontrou. Foi então que, sob um leve desespero, descobriu que seu pendrive também havia sumido. Nesse momento, tomado pela fúria e loucura dignos de quem perde os filhos no carnaval de Salvador, foi atrás da agora ex-paixão e escreveu mais um blues, conhecido por Você Roubou o Meu Pendrive”.



Já me disseram algumas vezes que a imagem que algumas pessoas têm da gente é a de que somos sérios demais. Isso é engraçado, porque quem é mais próximo sabe que não é nem um pouco verdade. O bom-humor impera por aqui e volta e meia aparecem algumas pérolas. Acredito que o humor é um dos sintomas da presença de humanidade nas pessoas. Claro, não aquele humor de mau-gosto e depreciativo que alguns profissionais do ramo fazem por aí.

Um dos nossos objetivos é trazer a descontração e o bom-humor para o blues, afinal, nem só de seriedade vive o mundo e nem sempre o que é divertido é indigno. Isso já é bastante comum no samba, no baião e até mesmo no blues, especialmente o norte-americano. Esta é a nossa primeira música não-séria-demais. Surgiu depois que perdi meu pendrive cheio de músicas dia desses. Depois descobri que estava bem debaixo do meu nariz, mas rendeu uma letra que surgiu toda de uma vez, em uns dez ou quinze minutos. Guardei alguns meses acreditando ser muito boba. Alguns dias atrás resolvi dar uma olhada e achei legal. É um dos problemas corriqueiros de muita gente hoje em dia. E como o grande lance da música é a identificação, aqui está ela:


VOCÊ ROUBOU O MEU PENDRIVE
I. Malforea

Você roubou o meu pendrive
Nao esperava isso de voce
Mas voce roubou o meu pendrive, baby
Antes que eu pudesse ver
Levou todos os meus blues
Isso nunca vou esquecer

Voce não faz nenhuma idéia, baby
Da besteira que fez
De forma alguma faz idéia, baby
Tamanha a sua estupidez
Vou atrás de você até o fim do mundo,
Além até do istmo de Suez

Nesse pendrive
Estão todos os blues que eu fiz
Oooh, no meu pendrive
Todos os blues que eu fiz
Perdi todo o meu back-up (droga, girl!)
Só no pendrive os garanti

Devolva meu pendrive
É o que deve fazer
Agüente as conseqüências
Se não devolver
Meu pendrive
Com todos os meus blues
Eu vou fazer um chaveiro, baby
Com seus olhos azuis

Não formate meu pendrive
Não delete arquivo algum
É verdade, acredite
Não lhe farei mal algum
Meu pendrive
Com todos os meus blues
Não ter back-up é vacilo, eu sei
Mas já iria fazer um

Você roubou o meu pendrive
Nunca esperei isso de voce
Mas voce roubou o meu pendrive na cara dura, baby
Sem que eu pudesse ver
Levou todos os meus blues
Isso nunca vou esquecer




Temos aqui um video de 8 de março de 2011, quando fui mostrá-la a Rômulo. Assim como em Blues do Covarde você tem aqui um vídeo histórico dos primeiros momentos de vida da música fora do papel. A versão de estúdio ficou pronta em 14 de abril e você pode baixá-la abaixo. Por segurança, mantenha sempre uma cópia em seu pendrive. =)






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