Foto: Katy Freitas/TDM
Redação TDM
A última noite de Best of Blues Festival aconteceu na última quinta-feira (13) na capital paulista. O WTC Golden Hall recebeu de volta a seu palco os dois representantes do blues que já haviam se apresentado nos dois primeiros dias: a jovem norte-americana Shemekia Copeland e o veterano inglês John Mayall.
Além das duas diferentes gerações e de vertentes distintas do blues, o público recebeu a única e aguardada atração roqueira da programação: Chris Cornell.
Shemekia Copeland
Abençoada com uma voz incrível e imenso carisma, a cantora de 34 anos voltou ao palco do festival e novamente agitou os paulistas e surpreendeu os que não conheciam seu trabalho.
Com sua excelente banda, a enérgica Shemekia deu início às atividades musicais do WTC com um animado repertório de soul, funk, blues e até gospel, em dois momentos arrepiantes, em que apresentou “Somebody Else’s Jesus” e “Stand Up And Testify”, que levou o público à igreja que sua avó frequentava “28 dias por semana”.
Entre canções de seu mais recente disco, "33 1/3", Shemekia, filha de Johnny Copeland, cantor e guitarrista de blues, dedicou um blues a seu pai e, não só Shemekia exibiu perfeição em técnica vocal, como emocionou a todos ao ‘ignorar’ seu microfone e cantar à capella a lindíssima “Ghetto Child”.
John Mayall
O padrinho do blues inglês voltou ao Best Of Blues e apresentou um repertório recheado do que há de melhor e tradicional no estilo. Com a plateia lotada e uma atmosfera completamente diferente e superior à noite anterior, o bluesman subiu ao palco sozinho e apresentou um número de gaita de Sonny Boy Williamson.
O precursor do blues na Inglaterra, lembrado por sua banda formada com Eric Clapton em meados dos anos 60, o Bluesbreakers, novamente trouxe um setlist que passou por diversas fases de sua extensa carreira.
Animado, o Sr. Mayall cumprimentou os fãs e com seu jeito polido e inglês, agradeceu a presença de todos e fez o que melhor sabe fazer: cantou, tocou teclado, guitarra e sua maravilhosa gaita.
Com o som claramente melhor, John manteve a atenção dos apreciadores da história do blues com o tempero todo distinto que trouxe de terras inglesas, mas também interpretou canções do blues de Chicago. A excelente performance de sua banda também chamou atenção, especialmente durante os solos do guitarrista Rocky Athas e do baixista Greg Rzab.
Chris Cornell
Sim, sabemos que Chris Cornell não toca blues, mas faz música de qualidade e foi calorosamente recebido pela plateia do Best Of Blues, que em sua maioria estava lá justamente para vê-lo - foi o único show do cantor na capital paulista.
O vocalista subiu ao palco para encerrar o festival e se apresentou: “Aos que não me conhecem, sou Chris Cornell e estou tocando em um festival de blues!”. De camiseta branca, jeans e tênis, o músico só precisou de violão e microfone para enlouquecer a audiência.
Esta simplicidade torna tudo mais impressionante, pois Cornell realmente cativa com poucos recursos e muito talento. O show no formato voz e violão é o que ele apresenta com a turnê “Songbook”, que passou pelo País na última edição do SWU, em 2011.
Até hoje vocalista do Soundgarden, Chris Cornell foi o frontman do Audioslave e dividiu os vocais com Eddie Vedder no Temple Of Dog. No repertório desta quinta-feira (13), todas as suas bandas foram lembradas em versões folk-rock de alguns hits, como “Black Hole Sun”, “Fell On Black Days”, “Like A Stone”, “I Am The Highway” e “Hunger Strike”, que contou com um belo coro dos fãs.
A sua característica voz, potente, arranhada e de grande extensão, arrancou gritos e aplausos do público. As canções de sua carreira solo também foram apresentadas, como “Scar On The Sky”, “Can’t Change Me” e “As Hope And Promise Fade”. Chris tocou um cover de “Thank You”, do Led Zeppelin”, além da aclamada versão de “Billie Jean”, do Michael Jackson”. Ao final da apresentação, o músico convidou a plateia a se aproximar do palco e tocou “Doesn’t Remind Me” e “Imagine”, de John Lennon.
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