O blues não é um ritmo comum na rotina dos cariocas, mas Sérgio Bap
conseguiu popularizar seus acordes no centro do Rio. O guitarrista de 54
anos toca de graça no Largo da Carioca há 12, e além de dar vida a
clássicos do estilo americano, também brinda o público com composições
próprias. Muitos que nunca ouviram esse tipo de som param e compram seu
CD a R$ 15. Depois viram fãs. No tempo em que está lá, Sérgio já vendeu
mais de 100 mil cópias e fez seu nome no mundo da música.
O guitarrista sempre foi amante das partituras. Migrou do violão para
a guitarra aos 18 anos e nunca mais abandonou o instrumento. Largou a
escola para tocar em restaurantes para desespero da família, já que era o
primeiro aluno. “Fico feliz, não me arrependo, aprendi muito”, analisa.
Foto: André Mourão/ Agência O DIA
Os primeiros cinco anos na rua foram difíceis, mas Sérgio estava
certo do novo caminho. “Em ambientes fechados não se pode fazer qualquer
música. É limitado e paga mal”, define. No início fazia fitas cassetes
com covers de blues e fado. Quando trocou de guitarra, passou a criar
solos de jazz também. “Esses ritmos sempre foram minha paixão. Ficava
louco com Jimmy Hendrix, Eric Clapton, Carlos Santana. Estudei tudo
sozinho”, lembra ele, que já deu aula para muitos músicos da noite
carioca.
Sérgio Bap também faz shows em festas e eventos. “Sou freelancer, mas
sempre fiel aos meus ritmos”, pondera. Membro da Igreja Adventista,
gravou hinos de louvor na guitarra. Está na Carioca de segunda à sexta,
de 12h30 às 15h30. “Há pouco conhecimento geral para nós que não temos
DNA de blues, mas mesmo assim o retorno é enorme”, gaba-se. O
guitarrista é um dos fundadores da banda Blues Etílicos, mas diz que
saiu por dificuldade de convivência. “Não gosto de tocar com ninguém
alcoolizado, por isso não participo mais de bandas”, ataca. Sérgio mora
em Vila da Penha com duas filhas e um filho.
Fonte: O Dia
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