Continuando a categoria de posts iniciada por João Paulo Gomiero, chegou a hora de falar sobre um controverso e intrigante instrumento: o Theremin. Criado pelo físico franco-russo Leon Theremin (a grafia varia, dependendo da língua em que se fala), foi patenteado nos EUA em 1928. É um curioso instrumento melódico, onde o músico não toca no instrumento enquanto o toca (isso saiu meio estranho, eu sei, mas a culpa é do português). Sua versão clássica possui duas antenas: uma para controle de volume e outra de frequência (altura). Na primeira, quanto mais próxima está a mão, mais baixo fica o volume. Na segunda, quanto mais próxima a mão (ou qualquer coisa, na verdade), mais agudas são as notas.
Seu nome significa algo como “o som do éter”, no sentido de um som ligado ao mundo espiritual. Também possui variações em seu nome, inclusive como Eterofone. O instrumento ficou um tanto esquecido até a década de 50, quando Robert Moog o resgatou e tentou popularizá-lo. Hoje o theremin Moog é um dos mais bem-conceituados do mercado, servindo de base, inclusive para a versão brazuca, fabricada em Minas Gerais, o RDS Theremin, que não resisti e comprei um tempo atrás (foto acima). Geralmente é utilizado na música clássica e o nome da Clara Rockmore sempre aparece em evidência em qualquer pesquisa que se faça sobre o instrumento.
Nós, do mundo roqueiro, geralmente o conhecemos através do Jimmy Page no Led Zeppelin ou de algumas faixas do Pink Floyd, sobretudo do álbum Meddle. Estes, no entanto utilizaram o instrumento apenas como efeito psicodélico/espacial e não podemos considerar que dominavam o instrumento. No Brasil, minha lembrança mais clara foi da versão do Pato Fu para a música Eu.
O Theremin não de fácil assimilação. Seu som natural é muito estranho e, em minha opinião, feio (lembra algo como uma mosca fantasma escandalosa). Não foram poucas as vezes em que vi músicos o olharem com desdém. O ideal é usar uma pedaleira de guitarra para acompanhá-lo, usando vários efeitos combinados. Seu timbre soa bastante sombrio, algumas vezes lembrando o violino ou cantoras de ópera, principalmente com o uso do vibrato. Também foi bastante usado nos anos 60/70 em filmes de extraterrestres e fantasmas. Quem nunca ouviu vai reconhecer logo de cara.
Por fim, É um instrumento que exige dos músicos que não apenas querem criar ruídos desconexos um conhecimento musical mais aprofundado, além de um ouvido muito bem-treinado. É apenas você, o ar e infinitos microtons à sua disposição. Se você tiver a oportunidade de encontrar um, experimente. Crianças também vão adorar, e isso é uma ótima chance de educá-los musicalmente.
Leon Theremin demonstrando seu instrumento
Clara Rockmore – Summertime
Harold Arlen – Over the Rainbow (esse é um dos meus favoritos)
Jimmy Page mostra o theremin a The Edge e Jack White, no documentário It Might Get Loud (2008)
Pato Fu – EU (inclusive contando com o “próprio” Leon Theremin no clipe)
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* Este post foi publicado originalmente no site Troca o Disco, a qual sou colaborador. Confira mais posts e aproveite para conhecer o TDCast, podcast quinzenal dedicado à música.
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