Vivemos numa era incrível, musicalmente. Apesar de quase todos os grandes ícones, daqueles cheios de personalidade a ponto de ser chamados de lendas já terem morrido, nunca se teve tanto material sobre eles disponível. Sempre saem biografias, boxes, material inédito de um e de outro e, claro, com o cinema não poderia ser diferente. Pouquíssimo tempo após a estreia de What Happened, Miss Simone?, pela Netflix, a HBO, provavelmente principal concorrente, conhecida e aclamada por suas criações, lança Bessie, cinebiografia da Imperatriz do Blues, morta em 1937, aos 43 anos.

Para o papel principal temos a grande atriz Queen Latifah, que é negra e gordinha, mas não se parece muito com a personagem, principalmente pelos olhos meio puxados... Mas, isto não é um documentário e, assim como Beyoncé interpretando Etta James em Cadillac Records, temos aqui uma atriz-cantora, e não dá para negar que possui de sobra a personalidade exigida ao seu posto. Bessie, como as demais lendas do blues/jazz, como Nina Simone, tinha personalidade fortíssima. Não era difícil perceber quem mandava no recinto. Não se deixava intimidar por ninguém, nem mesmo a Ku Klux Klan, que constantemente praticava atentados à sua equipe. Eram tempos extremamente difíceis para os negros nos EUA, principalmente por começaram a ganhar espaço, na música e em outras áreas.
Bessie não tolerava segregação e despejava toda a sua ira sobre qualquer um que soasse preconceituoso. Um agravante era sua bissexualidade, que foi bastante explorada neste filme e contribuiu para o fim do seu casamento com Jack Gee. Tudo isso e seus traumas de infância (causados especialmente por sua irmã Viola)  tomaram boa parte da trama. Também conhecemos sua relação com a veterana cantora Ma Rainey, a "mãe do blues", que lhe ensinou muito sobre como se portar ao palco, transformando-se numa espécie de mentora. Em determinado momento nos deparamos com um empolgado John Hammond, que até cita o aparecimento de uma novata chamada Billie Holiday. Enfim, uma ótima oportunidade de anotar nomes, como Ethel Waters e Gertrude Saunders, para se pesquisar depois.
Não é um filme extremamente empolgante e espantoso, como Ray, mas temos aqui uma ótima oportunidade de começar a conhecer a história do blues antes da fase elétrica de Chicago. Atravessamos aqui a crise de 1929 e vemos o contraste entre a luxuosa vida que Bessie levava e a regrada e conturbada, durante a Grande Depressão. Interessante como coisas simples, como um simples bater na porta eram suficientes para sacar uma arma antes de atendê-la. Infelizmente apenas o áudio em português estava disponível, e não gostei da masterização da versão brasileira. Alguns trechos cantados apareciam com o áudio original, muito mais baixo que a dublagem e isso incomodou bastante. Se possível, assista legendado.
Aproveite para acessar este link e conferir algumas comparações entre o filme e a vida real de Bessie Smith (em inglês).


* Este post foi publicado originalmente no site Troca o Disco, a qual sou colaborador. Confira mais posts e aproveite para conhecer o TDCast, podcast quinzenal dedicado à música.


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